segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Indagamo-nos!

Recomeçaram as aulas. E junto com a despreocupação que eu havia esperado desde o começo do ensino médio, foi-se minha paz. A euforia de ter passado, mesmo que na tangente, para o Ibmec foi intimidada de cara pelas disciplinas do curso. Não que eu delas não tenha gostado, mas é que elas intimidam. Tirando as teorias “concretas” de Relações Internacionais, Direito, Ciências Políticas e Microeconomia, entram em minha grade as controversas Filosofia e Sociologia. Para alguns, perda de tempo, para mim, fascinantes. Sempre fui paranóico, estressado, obcecado pela organização e pelo bem funcionamento da minha vida “pré-profissional”. Aplicar para universidades no exterior, principalmente sendo do Brasil, é extremamente complicado e exige muita dedicação. Sempre checando os e-mails, verificando os prazos, e repensando após pensar de novo se era isso mesmo o que eu queria pra minha vida. Todo esse alento foi de cara questionado pelos professores das tão aterrorizantes matérias. Afinal, QUAL É O SENTIDO DA VIDA? What’s the point? Pra quê? É realmente com isso que queremos desperdiçar (ou aproveitar) a vida? Pensando em um âmbito mais geral, esses objetivos profissionais aos quais dedicamos anos da nossa existência realmente soam superficiais. Não só os profissionais, mas muitas vezes os pessoais também. Por que esposas, filhos, cachorros (e com esses empregados, despesas, gasto de tempo). Afinal, vivemos tão pouco. De fato, todos estamos, sim, a passeio. E a um breve ainda por cima. Com o que ocupar o pouquíssimo tempo do qual nos provêm é a questão principal, sem ela ter uma resposta, pelo menos não uma que não nos faça sentir arrependimento por não termos seguido a outra. Daí surge outra indagação: quem nos proveu desse curto tempo? O famoso “de onde viemos?”. É tão importante assim decifrarmos nossas origens? Será essa a razão da vida? Vale a pena dedicarmos todo o nosso período na Terra para defendermos a causa na qual de fato acreditamos? Vale a pena por ela brigar, por ela morrer? Felizes, pelo menos a meu ver, éramos quando índios. Harmônicos e auto-sustentáveis. Sem cobiçar o alheio, até porque o alheio era o próprio. O mais puro socialismo, o cru. Dizem os alienados que “aqueles eram menos desenvolvidos e que a raça evoluiu”. Evoluímos em que? Em rigorosamente nada. Tudo que a nós é hoje disponibilizado, outrora não precisávamos. É o ter que alimenta o precisar. E, sem rima proposital, é nessa bola de neve que não vemos a vida passar.