segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Restart

Escrevo porque me pedem. Alcançado certo nível de popularidade, os fãs dão falta da regularidade. E, não cumpridas as exigências, eles se perdem. E quando se trata de, no caso, menos de 20, cada um deles é muito valioso. O problema é que não se pode produzir com base na aceitação. (já que entrei nesse assunto...)

É isso que faz a nova geração de modinhas da música. Hoje, o mais inusitadamente possível, parei para ouvir Restart. Já não gostava do que tinha ouvido, mas percebi que não tinha base o suficiente para construir nenhuma crítica aceitável. O resultado foi bem o esperado: harmonias pobres e repetitivas, estruturas idênticas em todas as musicas, vozes extremamente irritantes, qualidade técnica zero. É de certa forma "admirável" o sucesso da música comercial, pois não é tão facil assim produzir exatamente o que a massa adolescente feminina quer ouvir. O inaceitável é que comparem a bandas decentes atribuindo a etiqueta de "rock". Na minha opinião, há muita coisa ruim dentro do rock, porém não aceito tal classificação nesse caso. Eu definiria como "musica comercial", visto que não tem nenhuma semelhança com o sentimento e o propósito do rock de fato, assim como a sonoridade não compate. Outra coisa que me impressiona é a preocupação com o visual. Tudo bem que, dentro do próprio rock, há muitos que exploram tal recurso, mas não exclusivamente. Parece que se arrumam tanto que esquecem do som. Passam o tempo costurando calças roxas em vez de tocar seus respectivos instrumentos. E as jovens e imaturas fãs caem como patinhos: veem os trajes ridículos, que, aparentemente, as agradam, e esquecem de prestar atenção no som, com excessão da letra e melodia vocal, geralmente compatíveis com seu timbre de voz.

Deixo claro que não tenho nada contra fãs de Restart, apenas detesto a banda, e não aceito que comparem com música de verdade, nem que me venham falar de inveja (hahahahahahahahhahahahah).

Pois é, lamentavelmente este é o contra-argumento principal dos(as) fãs.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Enquete 2

Fui ontem a um churrasco que reuniu vários trabalhadores de uma mesma empresa, todos do sexo masculino. Gosto de ir à essas ocasiões só para observar a conversa dos cidadãos. É impressionantemente válido o estereotipo que as mulheres adotam para descrever as nossas conversas: o assunto nunca diverge muito de futebol, bebida e mulher. Volta e meia ainda aparece uma política, mas logo é ofuscada. Para mim o mais interessante de se observar é o papo sobre mulher. Hoje já me acostumei, mas sempre fico perplexo com algo que para todos eles é banal. A infidelidade é tratada como piada nas rodas de conversa, e por mais que isso faça parte do quotidiano dos homens, não me conformo. Sinto-me estranho escrevendo sobre isso. Como um desertor à própria raça. Mas se dela faço parte, prefiro à ela me tornar opositivo. Não sei se poso aqui de ingênuo, mas não entendo esse comportamento masculino. Sinto-me desconfortável com os relatos de traição, de falta de honestidade, de falta de lealdade. Ontem jantavam apenas homens mais velhos, todos com mais de 35 anos. Não sei se é nessa fase da vida que nos encontramos em uma crise existencial. Não sei se a infidelidade é apenas a única saída dela. Minha atual namorada é também minha primeira, e com ela estou apenas há 5 meses. Pergunto-me frequentemente se é tão difícil se manter fiel à mesma mulher por vários anos. Para mim é esse o problema com o casamento. Ele se tornou uma etapa da vida tão crucial para os homens e mulheres, que quando nos encontramos envelhecendo solteiros ele vira uma necessidade. Qual é o sentido de se casar sabendo que ao parceiro não seremos fiéis? O que há de engraçado e divertido em denegrir uma estrutura tão delicada quanto o casamento?

Sei que a maioria dos leitores desse blog, assim como eu, tem cerca de 18 anos (sábado passado!! =D). Mas não custa nada ver qual é a opinião de vocês.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Poesia moderna ruim

Tenho visto poesias
Das mais variadas
Me perturba a ausência
De rimas afiadas
(não como esta)

Me perturba saber
Que qualquer um que seja
Ao dar na telha
Põe qualquer coisa em forma de versos e acha que está fazendo poesia.

Me entristece perceber
Que rimas pobres vão reinar.
Pra que hipérbatos fazer
Se, no final, verbos vão rimar?

Essa coisa de rima
Que passe longe da poesia
Palhaçada desnecessária
Papo de parnasiano...

Se for pra fazer rima pobre
Que façam direito rima pobre
Porque se for pra rimar pobre com pobre
Que seja explícito.

Outro papo furado
É essa história de métrica.
Tem coisa mais tola do que fazer todos os versos com o mesmo
Tamanho?

Não me curvo ao modernismo
Jamais o farei!
Só devo admitir
Que poesia livre
É mais fácil.

E não precisa ficar boa:
Se fizeram "O Gramático"
Que como lixo soa
Vai ser muito mais prático
Pegar essa canoa
Que navega rumo à história
Garantindo glória
A qualquer sujeito
Que, mesmo que sem jeito
Ponha qualquer cousa (se me permitem)
Sobre negros e cavalos
E ainda por cima ousa
Dizer que é poesia!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Canção do Exílio

Minha terra não tem porra nenhuma.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Desabafo

Estou no exílio. Afastado das pessoas que gosto, das coisas que gosto, numa cidade perdida. Faço contagem regressiva para o dia em que voltarei para casa, mas me pesa a consciência considerar que esta é uma das poucas chances que terei ao longo do ano de estar com os familiares. Me pesa também o tédio. Foram 14 dias até agora, que passaram como meses. Ainda restam mais 3. Passarão como semanas. O pior de tudo é que, no Rio, novidades ainda não aproveitadas me esperam, e eu também espero por elas. O mesmo vale para saudades.

Certos passatempos têm me ajudado na longa jornada do exílio. Infelizmente o mais desejado, que seria a internet, não cumpre seu papel muito bem. A praia me ocupa apenas poucas horas em dias alternados. Minha obsessão por cavar buracos na areia me deixa dores musculares, mãos latejantes e pele lisa em pontos de apoio, além de dores nas articulações dos dedos. Recentemente palavras cruzadas e sudoku têm cumprido a mesma função, porém com outra forma de desgaste.

A questão principal das palavras cruzadas é o vocabulário. O julgo completa e inteiramente desnecessário no ato da escrita e lamento por não ser igual na leitura. Rebuscamento excessivo me dá ânsia de vômito. Me contento por Gabriel, apesar de fortes tendências, ainda não ser um adepto fiel. Me sinto muito mais à vontade ao ler textos que exploram a sequência e a continuidade das palavras do que o pouco conhecimento de seu significado.

A música tem tido um papel importante ajudando a suportar. Lamento que seja passivamente, visto que não conto com instrumentos musicais. Tomem esse post apenas como um desabafo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Feliz 2011

Tem algo engraçado a respeito da festa de ano novo. Engraçado talvez seja até a escolha errada de palavras, mas pelo menos curioso. A maneira como todo mundo se comporta.

Até umas 23:50 é uma festa normal, como todas as outras, fora as roupas brancas e a preferência unânime pela champagne. Mas aí sempre tem alguém que grita “DEZ MINUTOS!!”. Isso basta pra excitar o povo. A contagem regressiva termina e logo começa o festival de estranhezas. Parece até um ritual, ao qual, pelo menos para mim, falta genuinidade: gente que eu nunca vi na vida me abraça, me beija, deseja tudo de bom. É o único tipo de festa que além de no início e no fim, você cumprimenta os desconhecidos também no meio.

O ainda mais interessante é que a esperança é palpável. “Não, 2011 será bem melhor que 2010”. Assim como 2010 foi melhor que 2009, e esse melhor que o anterior. É surpreendente a obsessão das pessoas pela perfeição. Vi em um filme que a perfeição é incognoscível. Encontrá-la é entender que ela não existe. Não é a divisão cronológica que vai mudar os fatos ou nos fazer menos ou mais infelizes. A virada de ano (mesmo que com lentilha) não é uma renovação que afastará as tristezas, as frustrações e as angústias. É, assim como as religiões, apenas uma superstição que nos conforta e nos guia rumo a uma utopia inatingível. À paz inalcançável. À felicidade inacessível.

Quem sabe ano que vem.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Felicidade

A ideia não foi minha. Relendo comentários, revi uma sugestão que tinha ignorado, mas que agora me disponho a aceitar.

Obviamente felicidade é um conceito muito vago, que permite diversas interpretações. Adianto que muito do que vou escrever são besteiras e não admito interpretarem como se eu quisesse ser o dono da verdade, são só teorias, divagações, reflexões e afins.

Já ouvi falar muito que a felicidade está nas pequenas coisas. Concordo em muito, mas não totalmente. Ainda acho que as grandes coisas têm participação maior do que as pequenas. Ela está em grande parte no prazer. Ser feliz é ter o cotidiano repleto de atividades prazerozas, sejam elas de qualquer tipo.

Esse prazer pode estar incluído nas pequenas coisas, muitas vezes ligado à diversão. Ser feliz é se divertir. Quanto mais me divirto mais feliz eu sou. Não necessariamente. Não, definitivamente. Me espantava ver que pessoas que riam tanto ao longo do dia, muitas vezes não estavam satisfeitas com a vida. Ser feliz é estar satisfeito com a vida.

Logicamente as coisas ruins pesam. A ausência delas, mais precisamente. Ser feliz é não passar por desventuras. O difícil é saber até que ponto cada um desses tópicos influi. Por isso a felicidade é imensurável. Principalmente a felicidade dos outros. Isso torna dar conselhos altamente arriscado.

Acho que a felicidade está principalmente nas lembranças. Sim, definitivamente.
Eu acho que o presente tem uma participação muito miserável em todas as coisas. Nada importa enquanto está sendo executado, mas sim antes ou depois. A felicidade não está em nenhum fato ou atitude, mas sim nas lembranças, ressentimentos, mágoas, vontades, esperanças, espectativas.

Aliás, ser feliz é amar. Qualquer coisa, qualquer um, de qualquer jeito, desde que se ame. Ser feliz é amar. E aí deixam de importar todas as outras coisas, inclusive as lembranças, ressentimentos, mágoas, vontades, esperanças e as espectativas. Ser feliz é amar e ponto. E pronto.

(o pior de tudo é, depois te escrever muito, ter a sensação de que ainda tem muito o que ser escrito, de que nao consegui passar a mensagem que queria. mas afinal, quem se importa?)