domingo, 26 de dezembro de 2010

Reflexão nas férias

Gostaria que, apesar do tamanho, talvez assustador, lessem. Nem que seja só esse.

As férias tem sido bastante improdutivas. Fiquei dias em casa privado de passa-tempos interessantes, o que, no começo, foi um alívio, e, no meio, um tédio. E já sei como será no final - não são as primeiras férias da minha vida. Certas desventuras aconteceram, mas nada na vida é só desgraça. Tive a sorte de ter a internet ao meu lado na hora de downloads importantes. Ela, porém, me virou as costas em outros muitos momentos. Quatro dias foram apenas tomados pelas drogas. As digitais, principalmente. Certo jogo, chamado Simcity 3000 (cujo objetivo é construir e administrar uma cidade), foi o principal responsável por me manter, obrigatoriamente, todo esse tempo em frente ao computador. Não foi nenhuma novidade. Eu o fazia muito há anos atras. Tenho, inclusive, a versão mais nova, Simcity 4, que oferece muito mais possibilidades, mas tinha uma ânsia por relembrar tempos remotos. Admito que o jogo mais antigo é muito mais... viciante, talvez por ser mais fácil. A maior cidade que ja fiz tinha 550 mil habitantes. Já na versão mais recente, o máximo que consegui foi 110 mil, com todo o território ocupado. A que me tomou os quatro dias está com cerca de 300 mil e inúmeros problemas de trânsito. Lamento que as auto-estradas e as complexas redes de trem e metrô não os tenham resolvido.

As férias tem sido até produtivas. Tenho pensado mais, em razão de ter feito menos. Certo dia pensei num poema que deveriam ter feito:

Modernidade

O tempo passa,
E nós corremos atrás.

Não seria maluco de fazê-lo. Espero que, um dia, alguém tenha coragem. Nesse momento, eu me permitiria uma auto-paródia:

Férias

Eu passo,
E o tempo corre atrás.

Sinto como se, certas vezes, o tempo se dilatasse, e, outras, se contraísse, independentemente da velocidade, como diria Einstein, mas devido a não sei o quê. Senti aqueles quatro dias passarem mais rápido do que nunca. Senti como se os tivesse perdido, mas após refletir percebi que os tinha ganhado. Ter o privilégio de poder não perceber o tempo passar é raro.

Almejo escrever letras para músicas, porém não tenho inspiração, nem talento. Acho que certos tipos de música ficam mais agradáveis de se ouvir quando munidos de poesia:

Procuram-se letristas.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ponto de vista

É sempre no banho que brota uma idéia. Regando-me as sementes. Dessa vez pensei na morte, nosso indeclinável fim. Deprimi-me pensando que é essa nossa só convicção. Não por se tratar dela, mas por como dela tratamos. É brochante sabermos que a única certeza que temos em nossas vidas é algo que nos entristecerá se for com outros ou entristecerá os outros se for conosco. Não seria extremamente mais fácil se a considerássemos como algo bom, algo a se comemorar? Como uma nova fase da vida, e não como o fim dela. Como uma mudança de espírito, uma transcendência favorável. Felizes seríamos se considerássemos todas as coisas inevitáveis como positivas, sem passarmos assim por nenhuma mágoa natural.