segunda-feira, 20 de julho de 2009

A chapeuzinho vermelho, por Caio Neves

Volto a escrever depois de alguns dias de ausência por motivos de força maior. Assumo primeiramente a minha posição contrária à teoria louca de meu parceiro. Dispenso explicações. Em segundo lugar, faço uma breve observação do fato de o mesmo continuar a criar uma categoria nova para cada postagem. Finalmente, introduzo o que estais prestes a ler: uma versão personalizada do famoso conto da Chapeuzinho Vermelho. Temo que também um pouco mórbida. Enfim....


Era uma vez, numa terra não tão distante assim, num vilarejo não muito incomum, uma menina não tão bela, loura de cabelos densamente cacheados, moradora de uma casa de palha simples e pequena, onde também habitava sua mãe, também loura, mas com cabelos lisos. Adamache, a adorável menina, também conhecida como chapeuzinho vermelho, definitivamente não tinha uma infância agradável. Já fazia seus oito anos de idade, e ainda não conhecera nenhuma forma de lazer, que não fosse fugir e correr atrás das outras três menininhas que moravam em seu vilarejo. Sua mãe mantinha uma pequena horta no quintal de casa. Obviamente, a garota era frequentemente requisitada.

No vilarejo vizinho, não muito distante, morava sua avó Dagmar. Já muito velha, de cabelos totalmente alvos e morando sozinha, vivia da boa vontade da comunidade, já que tinha uma quantidade boa de amigos, que volta e meia apareciam para lhe dar assistência e ouvir suas boas histórias. Naquela vila, devido à proximidade da floresta que a separava de sua vizinha, havia uma grande quantidade de caçadores, que periodicamente eram vistos em busca de mercadoria.

Já era de costume para Adamache uma visita mensal à sua avó, sempre acompanhada de sua mãe. Um belo dia, exatamente um mês após sua ultima visita, disse Esther à sua filha: "Vai sozinha dessa vez, e leva esta cesta à tua vó. Quero que sigas exatamente o caminho a que estamos acostumadas." A menina sem hesitar, apanhou o objeto e saiu a saltitar e cantarolar. Coincidentemente passava por aquela região uma alcateia, de, aparentemente, sete membros. Chapeuzinho, usando o habitual casaco com capuz vermelho, velho, rasgado e sujo, adentra a floresta neste exato momento. Devido à sua densidade, a luz é escassa, e a trilha é quase imperceptível. O saltitar se transforma rapidamente num andar cabisbaixo e bastante acelerado, que chama instantaneamente a atenção dos lobos, já por perto. Marcham todos na mesma direção de Adamache, mantento os olhos nela, três de um lado, quatro do outro. Ela, ao perceber, transforma seu triste andar numa corrida desesperada. Todos a acompanham. Ela já bufa quando se aproxima do desvio, que optaria por seguir baseada nos conselhos de sua mãe. Poucos segundos depois de obedecê-lo, retarda o passo consideravelmente e sorri largamente após perceber que os lobos seguiram reto.

Estes, por sua vez, abandonaram Chapeuzinho Vermelho, e tomaram como meta o vijarejo já visível, ao qual chegariam dezenas de minutos antes de sua antiga presa. Por azar ou ironia do destino, a residência de Dagmar era a mais próxima da floresta. Apenas dois lobos arrombaram esta porta, enquanto os outros se destribuiram pelo resto da vila.

A garotinha, pouco desconfiada, continuava no passo acelerado e tristonho pelo meio da floresta sombria, que já dissolvera sua euforia. Vendo de novo o céu azul e já praticamente à porta de seu destino, exausta, Adamache tem, agora sim, um verdadeiro motivo de euforia. Ao entrar após bater e aguardar alguns minutos, estranha a porta destrancada e o silêncio. Já vê a cama da casa de um cômodo só, e vê também o volume sob as cobertas. Se aproxima. Talvez por ser nova, não lembrava mais direito de sua vó de um mês atrás. "Vovó, como estás magra!" Sem resposta. Ela continua a se aproximar lentamente. "Vovó, como estão mais escuros teus cabelos!" Sem resposta. Ao chegar bem ao lado da cama e observar de perto, exclama, afastanto-se rapidamente: "Vovó, não tinhas esses dentes afiados!!!" No mesmo instante, abre-se o olho raivoso e sanguinário do lobo. Antes mesmo de tomar o susto, a menina sente uma pancada lateral desprevinida, perde a consciencia por menos de um segundo e a retoma no chão ensanguentada, com um pedaço de seu abdomen, do lado direito, arrancado pela fatal mordida do canídeo faminto. Ainda vive mais alguns segundos, enquanto ambos os lobos, dolorosamente, tiram-na pedaços dos pés e dos braços, quando sente uma ultima mordida no lado esquerdo do rosto.

Passado algum tempo, chegam no recinto Dagmar, que conseguiu escapar pela janela baixa próxima de sua cama antes de ser vista e procurar socorro, e um caçador com uma espingarda que acabara de matar três lobos antes de ser requisitado. Este, quase instantaneamente, meteu uma bala na cabeça do primeiro lobo, de pé em cima da cama. Ao dar mais um passo assustou-se com o segundo, que vinha correndo da direita. Sem hesitar, atirou-lhe na cara. O bicho morto ainda continuou arrastando até o seu pé, recebido com um chute. Em seguida, entra a velha, e agora sim os dois perbebem o corpo estraçalhado da menina ao lado da cama. A vó reconhece imediatamente o capuz vermelho, que se encontra a mais de um metro do defunto. Põe-se a chorar, sem se arriscar a chegar mais perto do cadáver do qual não sobra quase nada.

Triste fim de Chapeuzinho Vermelho.

7 comentários:

Bruno disse...

Meu deus o.o'
Que fim triste e mórbido o.o'
Mas gostei da sua versão :D

Unknown disse...

Eu acho q a historia ta injusta. Se v põs sete lobos, tinha q por pelo menos sete chapeizinhos vermelhos tb!!!! pra ficar de igual pra igual.

Thiago Medeiros disse...

husahuashsauhusahuas COncordo com o RAmon!

Gabriel Abreu disse...

WTF?!?!
muuito bom...ri muuuuuito..
hahahahaha

Babi. disse...

Inovador...no mínimo.

natalians disse...

Insanidade Construtiva, sem mais declarações .!

Renan Rosier disse...

AUHSIU haiuhAIUSHusUIA vende pra Telekids, vai fazer muito mais sucesso que as versões toscas da hanna barbera