(continuação do anterior) Mãe essa irresponsável. Ou mazoquista. Mãe de certos filhos mal agradecidos, que com ela nada se importam. Se tais advertências funcionassem, não teríamos chegado a tal estágio de destruição. Por que elas foram dadas. Não acho que, hoje em dia, façam efeito. Em resposta, podemos desmatar todas as florestas, extinguir todas as espécies e pronto: liquidamos com a mãe natureza. Lembrando, inclusive, de poluir todos os mares e rios, de modo que uma revolução de peixes não estrague nosso plano maligno. Resumindo, podemos matar nossa mãe, mesmo que morramos junto. Aliás, fujamos para a lua. Ou para marte. E deixemos para trás as toxinas que, aos poucos, consumirão a vida restante do planeta. Portanto, mãe natureza, não nos venha com sermões e cala-bocas porque furacões e terremotos já não são pário para nós.
É evidente que não concordo com nada que escrevi logo acima. Como todo bom apreciador da natureza, contemplo, assim como o Gabriel, suas forças, embora discorde de sua personificação. Ora, natureza é o nome que designa o conjunto das coisas não produzidas pelo homem, incapaz de qualquer decisão. Não diria mãe de nada, mas fruto.
Acho que, por agora, me sentiria mais à vontade escrevendo poesia. Sinto, não sei por que (junto? acento?), necessidade de repetições, neologismos. Pena que não existe licensa prosaica. Se existe não é difundida. Nem conceituada como a poética. Como se trata, aqui, de algo mais particular que uma maldita dissertação de vestibular, posso pensar em tomar tais liberdades. Seria mais simples se, simplismente, abrisse mao de acentos e sinais graficos, que nao comprometem o entendimento da mensagem e, de bonus, tornam a escrita mais agradavel e menos trabalhosa: puro lucro. Mas não me sinto à vontade.
Partirei, meintenante, para aprender a viver. A aula de cavaquinho é às seis, e a de piano, às 7. Zeugma.
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