Adoro saber estar sendo olhado por alguém que não
saiba que disso sei. Melhor ainda é quando quem olha é um desconhecido. Podemos
então causar a primeira impressão que quisermos. Posso ser um lunático que
vagueia sozinho, um galã da vida real ou um artista perturbado que senta no
último banco do ônibus. Pouco importa, porque aquele você vai embora assim que
quem olha pisca. O problema é quando se quer ser aquela primeira impressão pra
sempre, quando ela tem importância. Aí quem tem que se olhar sou eu mesmo, e
dessa vez sem que eu saiba. Mas não há motivo pra alarme, porque há sempre uma
primeira chance de causar uma segunda impressão.
Gabriel Abreu
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