A todas as
vozes de escárnio que vivem à espreita nas cabeças de cada um de nós, esperando
por cada raro momento de inspiração pra poder nos dizer em alto e claro tom
“Quem você acha que é pensando que consegue fazer isso? – a essas vozes toda
nossa mais imensa gratidão. Pois no seu descrédito é que havemos de encontrar
nossa autoconfiança. Que um projeto é ridicularmente ambicioso, que somos
jovens demais ou velhos demais, que nada do que criamos é tão bom quanto
achamos que de fato seja, que ninguém vai gostar do que vem de nós como
esperamos que gostem, que buscar fazer o que sempre sonhamos fazer é uma perda
de tempo e apenas um engano a nós mesmos: um desdém positivo. Que sejamos
capazes de personificar essa censura e celebrar esse sabotador que vive em cada
um de nós, pois somente dessa maneira poderemos sempre continuar nosso auto-aperfeiçoamento.
Gabriel Abreu
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