segunda-feira, 17 de maio de 2010

Metalinguagem

Comemoro o novo gransiosíssimo surto de popularidade do site (dois novos adeptos). Me fez recordar a trajetória do blog pelos anos. Lembro que, no início, Thiago era tão participativo quanto eu, senão mais. Nossa intenção era voltada para assuntos mais particulares, que quem não nos conhecia não entenderia. Em algum momento, ele, aleatoriamente, decidiu mudar a fachada do nosso blog, o que impossibilitou os numerosos fãs de mostrarem sua calorosa apreciação por meio dos comentários. Voltamos ao modelo antigo. Devo ressaltar que, nessa passagem para o "novo estágio", algumas postagens minhas foram, talvez justamente, deletadas. A partir de um ponto indefinido, comecei a tratar dos problemas (ou satisfações) pessoais de um modo geral, com textos voltados para qualquer coisa que leia, não mais só os próximos.

Lembrei-me subitamente da minha passada obcessão pelo crepúsculo. Ainda tenho um certo fascínio, só não tenho vontade de escrever.

Sobre a ultima sequência desgraçada devo fazer alguns comentários. Diferentemente de algumas semanas atrás, tenho agora algum respeito pelo movimento modernista. Tal absurdo (pra quem assistiu às minhas aulas de português), se deve a uma conversa que tive com um sábio:
-Pai, você gosta do modernismo?
A resposta foi positiva e relacionada a poemas-piada, poemas livres e afins. Quando expus minha opinião oposta, fui recebido com:
-Por quê? Você não gostou de Manuel Bandeira??
-Eu não vi muita coisa dele.
-Eu considero ele um dos melhores poetas brasileiros, senão o melhor!
Depois de indagar o porquê e ouvir uma análise superficial de sua obra, veio a primeira frase que me desviou um pouco a opinião a favor do modernismo:
-Fazer poemas livres é muito mais difícil que fazer poemas rimados.
-Não!!!! Por quê????
A segunda frase:
-É preciso se conhecer muito de rima e de métrica para fazer um poema livre.
Em sequência, a terceira:
-A poesia precisa de um...... ritmo, e você dar isso sem rimas é muito mais difícil.

Tais palavras, vindas da boca de um poeta, significam um tanto.
Encerro a retrospectiva/explicação.

6 comentários:

Unknown disse...

Eu lembro de ter me deparado com a sabedoria do papai de um jeito diferente. Estavamos vendo TV, eu, o caio e nosso irmão, olavo. Apareceu o piscinão de Ramos, sendo inaugurado e caio (com uns 7 ou 8 anos eu acho) perguntou: -Pai, pq só tem negros lá?...Eu já estava pensando em como explicar para uma criança o processo de colonização do Brasil, da escravidão, da formação das cidades e dos suburbios, distribuição de renda, etc...
A resposta do papai foi imediata:-É só a turma da frente.
Todos ficamos satisfeitos com a explicação!

Babi. disse...

Tudo bem em não gostar das coisas. Mas sabe... o que acontece mesmo é que as vezes não nos importamos com a paisagem ou com a Glória... acabamos vendo o beco.

Mas juntaremo-nos na Pasárgada mais dia ou menos.

Beijos,
B.

Babi. disse...

Ps: Posso me dar ao luxo de perguntar "O que (diabos) é Lipsum" ? hahahaha...
Fiquei curiosíssima...

(:

B.

Caio Neves disse...

hahaha, se soubesse teria botado alguma coisa util lá.

Anônimo disse...

Caio, eu adorei seu texto sobre o Modernismo, mas o que me deixou mais satisfeita foi seu pai dizer que Bandeira é um dos melhores , se não for o melhor de todos! Ah, eu concordo inteiramente com ele. E , quanto à resposta sobre os versos livres, ele foi genial. É a mais pura verdade a questão do ritmo.Como consegui-lo sem a parafernália de rimas, métrica e etc????
E gostei muitooooo do texto sobre o RATO! Muito mesmo !

Dona Fátima! Morrerei com esse nome grudado em mim!Aahahah

Ontologia fundamental/terapia disse...

Se não fosse o modernismo não existiria Tanto faz como tanto fezes. Pra vc vê como não temos idéia daquilo q nos influencia...
Parabéns pela criatividade!
Bj do "sabio".
Agilberto