quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Casual

Escrevo um pouco apressado. Em 6 horas tenho que estar pronto para viajar ao exterior, mas não queria desperdiçar a chance e pelo menos fazer um comentário sobre o assunto que no momento está fresco em minha cabeça e que no futuro pode ser aprofundado. Terminei ontem o livro “Um dia”, de David Nicholls. Cheguei em casa por volta da meia-noite e resolvi ler mais um capítulo mas acabei não conseguindo parar até que a história me oferecesse um final. Cheguei a ele em êxtase, me dando em conta que aquele era um daqueles livros que quando terminamos temos vontade de berrar “é MARAVILHOSO!!!”, simplesmente pela necessidade de contar para alguém o quão adoramos a leitura. São esses livros que me reafirmam meu amor pelas palavras e me incentivam a brincar com elas aqui no blog. São eles que me fazem não desistir, não do sonho, já que esse pode facilmente causar frustrações, mas do desejo de um dia escrever profissionalmente, para centenas, ou, diria talvez se fosse mais otimista, milhares. A história maravilhosa de um casal que se apaixona na juventude e tem suas vidas separadas pelo descorrimento de si mesmas é simplesmente cativante. O rumo completamente inesperado que nós podemos tomar é magistralmente expresso, a diferença do que esperávamos ser quando recém-formados e do que nos tornamos quando mais velhos. Acredito que é isso que me força a não acreditar no destino. E se estivermos reservados a uma existência enfadonha, sem encantos? E se esse for o nosso destino, inelutável? Não – penso – prefiro acreditar na sorte, nas circunstâncias, nos efeitos dos esforços, na determinação de nós mesmo. Na possibilidade de mudarmos seja lá o que for que nos espera por qualquer motivo. Essas são as exatas belezas da vida, sua imprevisibilidade e sua volatilidade. Seria desestimulante vivermos sob a sombra de um roteiro fixo, ao qual somos totalmente submissos e não temos nenhuma influência, marionetes do desígnio. Satisfaz-me mais a idéia do acaso, com todas suas hipóteses. É bem mais provável que o que nosso futuro seja menos brilhante do que aquele com que contamos. Mas gosto das chances que “provável” me oferece. São pelo menos melhores que as de “certeza”, que nos poderia brindar com o sucesso ou nos taxar com o fracasso, à própria vontade. Simpatizo com a noção de que tudo é praticável e que o destino, se insistem em acreditar em um, é moldável exclusivamente às nossas vontades e arbítrio, às nossas escolhas e ações. À nossa mercê.

Recomendo com imensa convicção essa leitura. Vale a pena!

Um comentário:

Caio Neves disse...

resumo:
"eu li um livro e gostei muito. aliás, eu não acredito em destino."