sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Alvorada

Tão bela como o crepúsculo. Mas, diria, mais alegre. É o início de um novo dia. No meu caso, mais para fim do dia anterior, mas ainda assim. Dessa vez as cores vêm da direita. Variam entre vermelho e azul, passando por cinza, e alguns tons alaranjados. Sim, belo. Penso na janela. Penso na morte da bezerra. Ou melhor, das cigarras. Provavelmente não por coincidência, todas resolvem cantar (e morrer) a essa hora (seis e pouca).

Acompanho a morte de uma por uma. O canto de morte. Tão alto, escandaloso, e de súbito, pausa. Pausa infinita. Minha querida amiga já descansa em paz. Todas as outras vão roubando a idéia. Triste, por um lado. Mas, sortudas são elas. Há melhor jeito de morrer senão cantando? A maioria não tem essa chance. Ou por não dar tempo. Ou por não restarem pulmões. Ou por ter algo mais relevante a ser pensado. Sortudas são as cigarras.

As luzes se apagam gradativamente. Vai raiando o dia. Neste momento já não resta quase nenhuma. E, estava demorando, chegam os pássaros. Sejam eles gaivotas, pombos (maltitos pombos!) ou songuebârdes (no caso bem-te-vis). Vai raiando o dia. Muito mais claro agora.

E assim passa a alvorada. Considerem esse post valioso, pois esse assunto, agora inaugurado, será raro. Afinal, não pretendo dormir todos os dias depois das seis. E muito menos acordar antes das sete.

Quando me vem o primeiro pensamento de preocupação, logo o corto com "estou de férias". Relaxem e gozem também, aos que podem pensar o mesmo.

Em breve, mais crepúsculo. Agora, acho que já é hora de ir para a cama.

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