quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O crepúsculo

Não, não o filme. Crepúsculo de verdade. Excelente. Sentado, da varanda observo as incontáveis andorinhas que perambulam pelo céu, aparentemente sem rumo. Piam como ratos. Sim, ratos. Monossilabicamente. Alguns poucos cantos trenados se destacam dentre os ordinários. Volta e meia, bem-te-vis protagonizam a cena, em cima de prédios, pára-raios e antenas parabólicas. Ai, o crepúsculo. A suposta beleza do céu é inibida pela quantidade de nuvens, predominantemente nimbus. Sim, chove. Chove pouco, mas chove. Nada que atrapalhe as andorinhas e bem-te-vis e pássaros insanos que periodicamente cortam o céu com seu pio frenético. Confesso que não reconheço. Mas todos têm seu momento frenético. Bem-te-vis, berram um louco trenado, instantes antes de pousar. Conversam como amigos à toa, à beira de um prédio em construção. Canto trissilábico inconfundível. Todos quase idênticos. Conversa chata. Vou embora.

Um comentário:

Rayza Fontes disse...

antes de ser filme é livro...
sintoum quê de insônia no ar..uma coisinha meio romântica...ta apaixonado, velho rapaz?